O que é
autismo?
Todos os
distúrbios do autismo, incluindo o transtorno autista, transtorno
desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento
não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único
diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA.
O autismo
geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades
de comunicação e interação social. A criança não mantêm contato visual
efetivo e não olham quando são chamados. A partir dos 12 meses, por exemplo,
também não apontam com o dedinho. No primeiro ano de vida, demonstram mais
interesse nos objetos do que nas pessoas e, quando os pais fazem brincadeiras
de esconder, sorrir, podem não demonstrar muita reação.
O transtorno
do espectro autista é uma condição permanente, a criança nasce com
autismo e torna-se um adulto com autismo. Assim como qualquer ser humano, cada
pessoa com autismo é única e todas podem aprender.
·
A maioria das pessoas com autismo é boa em
aprender visualmente;
·
Algumas pessoas com autismo são muito atentas aos
detalhes e à exatidão;
·
Geralmente possuem capacidade de memória muito
acima da média;
·
É provável que as informações, rotinas ou processos
uma vez aprendidos, sejam retidos;
·
Algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área
de interesse especifico durante muito tempo e podem optar por estudar ou
trabalhar em áreas afins;
·
A paixão pela rotina pode ser fator favorável na
execução de um trabalho;
·
Indivíduos com autismo são funcionários leais e de
confiança;
O TEA pode ser associado com deficiência
intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as
pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios
gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de déficit
de atenção e hiperatividade e dislexia. Na adolescência podem desenvolver
ansiedade e depressão.
Quebrando
paradigmas
Infelizmente o transtorno do espectro autista (TEA) ou
popularmente chamado de autismo, gera-se muito pré-conceito, devido ao fato das
pessoas desconhecerem o assunto, terem medo ou receio e também por ser pouco
mencionado nos veículos de comunicação. Muitos pais quando veem seus filhos
tendo um diagnóstico de autismo, não sabem o que fazer, não sabem a quem
recorrer ou até preferem esconder que “seu filho” tem um diagnóstico de
transtorno de espectro autista, diante a sociedade.
O TEA atualmente tem sido vinculado na mídia graças
a famosos que não tiveram receio de expor suas vidas e contarem sobre a doença.
Exemplo este é o caso do apresentador Marcos Mion, que mencionou que seu filho
Romeo de 8 anos tem uma forma branda de autismo. O assunto foi representado por
um personagem vivido pela atriz Bruna Linzmeyer (Linda) da novela “amor à vida”
em 2014 que retrava a personagem com autismo severo e todos os desafios que
teve que enfrentar, como preconceito da própria mãe e os que o transtorno
causa.
Antes de se julgar ou se dar-se um diagnóstico em
relação ao transtorno do espectro autista é necessário se informar sobre o
assunto e procurar ajuda de pessoas especialidades que possa auxiliar para que
o indivíduo possa ter uma qualidade de vida melhor.
Diagnóstico
do Transtorno Espectro Autista
O médico procurará por
sinais de atraso no desenvolvimento da criança. Se observados os principais
sintomas do autismo, ele encaminhará a criança em questão para um especialista,
que poderá fazer um diagnóstico mais exato e preciso. Para realizar o
diagnóstico, o médico utiliza o critério do Manual de Diagnóstico e Estatística
de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. Segundo ele, a
criança poderá ser diagnosticada com autismo se apresentar pelo menos seis dos
sintomas clássicos do transtorno.
Sintomas
do Transtorno do Espectro Autista
Os sintomas do autismo podem
variar de leves, moderados a graves;
• O relacionamento com
outras pessoas pode não despertar seu interesse; • Age como se não escutasse
(ex. não responde ao chamado do próprio nome); • A fala é usada com
dificuldade, ou pode não ser usada; • Tem dificuldade em compreender o que lhe
é dito e também de se fazer compreender; • Palavras ou frases podem ser
repetidas no lugar da linguagem comum (ecolalia); • Movimentos repetitivos
(estereotipias) podem aparecer; • Costuma se expressar fazendo gestos e
apontando, muitas vezes não fazendo uso da fala. • As pessoas podem ser
utilizadas como meio para alcançar o que quer; • Colo, afagos ou outros tipos
de contato físico podem ser evitados; • Pode não demonstrar envolvimento
afetivo com outras pessoas; • Pode ser resistente a mudanças em sua rotina; • O
que acontece a sua volta pode não despertar seu interesse; • Parece preferir
ficar sozinho; • Pode se apegar a determinados objetos; • • Crises de agressividade
ou auto agressividade podem acontecer; • Tem dificuldades em brincar de faz de
conta; • Tem visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensíveis;•
Não imita as ações dos outros; • Acessos de raiva intensos. •Fica preso em um
único assunto ou tarefa (perseverança); • Baixa capacidade de atenção.
Tratamento do Transtorno do Espectro Autista
Não
existe cura para autismo, mas um tratamento precoce, intensivo e apropriado
melhora a perspectiva de crianças pequenas com o transtorno. A maioria dos
tratamentos aumentará os interesses da criança com uma programação altamente
estruturada de atividades construtivas.
O principal
objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da
criança por meio da redução dos sintomas e do suporte ao desenvolvimento e
aprendizado.
Mas a forma de
tratamento que tem mais êxito é o direcionado às necessidades específicas da
criança. Um especialista ou uma equipe experiente deve desenvolver o programa
para cada criança. Há várias terapias disponíveis, incluindo:
·
Terapias de comunicação e comportamento;
·
Medicamentos;
·
Terapia ocupacional;
·
Fisioterapia;
Terapia do discurso/linguagem
Psicologia
e o Transtorno do Espectro Autista
O autismo
continua sendo um distúrbio difícil para as crianças e suas famílias, mas a
perspectiva atual é melhor do que antigamente, pois a maioria das pessoas com
autismo era internada em instituições.
Hoje, com o
tratamento correto, muitos dos sintomas do autismo podem melhorar, mesmo que
algumas pessoas permaneçam com alguns sintomas durante toda a vida. A maioria
das pessoas com autismo consegue viver com suas famílias ou na sociedade.
O estresse de
lidar com o autismo pode levar a complicações sociais e emocionais para a
família e os cuidadores, bem como para a própria pessoa com autismo. Por isso,
acompanhamento psicológico tanto para a criança, quanto para a família é
essencial.
A perspectiva
depende da gravidade do autismo e do nível de tratamento que a pessoa recebe.
Procurar ajuda de outras famílias que tenham parentes com autismo e por
profissionais que deem o suporte necessário aos parentes também é uma
alternativa interessante.
Os objetivos
da intervenção são:
·
Trabalhar
os déficits, identificando os comportamentos que a criança tem, dificuldades ou
até inabilidades que possam prejudicar seu desenvolvimento;
·
Diminuir
a frequência e intensidade de comportamentos indesejáveis, como por exemplo a
agressividade, comportamentos que dificultam o convívio social e aprendizagem;
·
Promover
o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas, adaptativas,
cognitivas, acadêmicas e dentre outros;
·
Promover
comportamentos desejáveis.
Psicólogas,
Danielly
Bittencourt de Alencar, CRP: 06/126710
Kátia Baio, CRP:06/122478
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