Luto
O Luto é o processo natural
tanto da condição humana quanto da condição dos animais, não se restringem
apenas a perda de uma pessoa importante, ele também está presente em toda
privação, em términos matrimoniais, rompimentos com amigos, separação de pais
ou até na perda de algo, como uma viagem, um emprego, um objeto, projeto dentre
outros.
O luto é um processo natural,
necessário e fundamental que a partir dele se ganha um novo sentido para a vida,
se é descoberto e construído após a perda. O luto revela tanto a força de
nossos vínculos quanto nossa capacidade de adaptação e enfrentamento a ser
suprimido.
O processo de luto em seres
humanos pode ser expressado de inúmeras maneiras sempre acompanhado de um
conjunto de sentimentos, entre os quais: tristeza, raiva, culpa, ansiedade,
solidão, desamparo e outros sentimentos ligados a negatividade e que pode
refletir em sintomas físicos como vazio no estomago, aperto no peito, nó na
garganta, falta de ar, boca seca, falta de energia e etc. Também sintomas
comportamentais como, distúrbios de sono, agressividade, perda ou aumento de
apetite, isolamento social, uso de álcool ou droga e tentar evitar situações
que lembrem a pessoa.
O
luto passa normalmente por 5 fases:
Negação
-
Normalmente a primeira fase em que não se é capaz de acreditar na perda, devido
ao tamanho desta.
Raiva
-
Esta aparece normalmente após a negação em que surgem pensamentos como “porque
aconteceu comigo?” e qualquer palavra de conforto irá parecer falsa, pois é
difícil o indivíduo acreditar nas palavras de conforto.
Negociação/Barganha - Quando
a pessoa começa a fazer uma negociação em sua maioria com Deus através de
promessas e sacrifícios.
Depressão -
Surge quando o indivíduo toma consciência da perda e que este sente um “espaço”
vazio da pessoa (coisa) e com o desaparecimento se vão todos os sonhos e
projetos.
Aceitação
-
Costuma ser a última fase do luto. Quando se aceita a perda com paz e
serenidade. E o vazio vai começando a ser preenchido, mas claro que esta fase
depende muito da capacidade do indivíduo de mudar a perspectiva e preencher o
vazio.
Solidariedade Terapêutica
O luto vira o mundo da pessoa de cabeça para
baixo e é uma das experiências mais dolorosas. Pode ser estranho, terrível e
avassalador. Apesar disto, é uma parte da vida que todas as pessoas estão
fadadas e geralmente não requer atenção médica. Entretanto, ao perceber-se
agravamento do quadro depressivo, notadamente em pessoas com antecedentes de
transtorno afetivo ou do humor, recomenda-se pronta intervenção terapêutica
A psicoterapia pode auxiliar na prevenção de
complicações associadas ao luto, melhorar a qualidade de vida e oferecer
suporte ao enlutado para seguir vivendo diante da nova situação imposta pela
perda. Além disso, também visa tratar a pessoa que se vê afetada pela perda,
cujo funcionamento habitual está comprometido do ponto de vista psicológico,
físico e social e/ou espiritual. Durante o tratamento, a psicoterapia ajuda o
enlutado no processo de construção de sentido da perda e do novo momento de
vida, fortalecendo e desenvolvendo recursos de enfrentamento. Familiares e
amigos podem ajudar passando algum tempo com a pessoa enlutada. Nesses casos,
não tanto pelas palavras de conforto necessárias, mas sim a presença solidária
durante o tempo de sua dor e de sua angústia. Um ombro amigo, compreensivo e
mesmo silencioso expressará grande apoio quando as palavras não são
suficientes. É importante dar para as pessoas tempo suficiente para se
lamentarem
Tempo
Cada pessoa tem uma maneira
de lidar com o luto e não existe um tempo determinado para seu término. É preciso entender que, neste processo de
luto, há dois tempos correndo juntos: o tempo do relógio e o tempo interno de
cada um. Esses tempos nem sempre são coincidentes. O tempo do
relógio marcará as horas, os dias, as semanas, o mês e os anos; mas o tempo de
dentro tem uma marcação diferente. Ele anda conforme as sensações e sentimentos
de cada um; por isso o tempo do luto é diferente para cada pessoa. Haverá dias
em que a ausência parecerá algo muito recente, algo ainda muito doído. Em
outros momentos, haverá uma impressão de melhora, como se o sentimento de falta
houvesse rapidamente passado. Sem dúvida, o tempo do relógio irá ajudar o
enlutado a entrar novamente na realidade, com o difícil encargo de aprender a
conviver com o sofrimento. Mas, como as pessoas são diferentes, vivem seus
sentimentos de forma diferente, e também elaboram o luto em tempos diferentes e
de forma muito pessoal.
Psicólogas
Danielly
Bittencourt de Alencar, CRP: 06/126710
Kátia Baio, CRP:06/122478
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